Conforme falamos no artigo anterior (acesse aqui), as drogarias evoluíram para um novo conceito chamado Drugstore. Agora as farmácias possuem um formato mais próximo ao de lojas de conveniência, onde encontramos produtos de higiene, perfumaria e cosméticos, que são bens de desejo dos clientes. Porém, também são alvo daqueles que utilizam o mercado informal, tornando frequentes os furtos nas drogarias.
A dinâmica de venda destes itens é através do autosserviço, diferente de medicamentos, onde o cliente deve dirigir-se ao balcão para comprá-los, tenham eles exigência de prescrição médica ou não. Mesmo no caso dos medicamentos chamados MIP – medicamentos isentos de prescrição – ou OTC – over the conter/sobre o balcão – como cartelas de analgésicos, antiácidos, entre outros itens, é necessária a ida até o balcão.
Produtos conhecidos de outros segmentos – o supermercadista – também são considerados de alto risco para as drogarias. Citamos como exemplo os protetores e bloqueadores solares, os desodorantes roll-on, as lâminas de barbear, os sabonetes íntimos, entre outros. Eles representam boa parte da perda total de uma rede. Estes furtos ocorrem na área de vendas, pois os produtos são pequenos, mas de alto valor e muito desejados por furtantes para uso ou para revenda. Infelizmente, o mercado informal é o grande incentivador destas perdas, onde vemos desde pequenos negócios que não respeitam a exigência de compra com nota fiscal até pessoas que vendem livremente na rua ou até mesmo na internet este tipo de produto com preços bem abaixo do real.
Para suportar este crescimento do varejo farmacêutico, é importante que as empresas busquem auxílio na obtenção de orientações para estruturar de maneira sustentável uma área de Prevenção de Perdas e Gestão de Riscos. Esta área deve monitorar na operação, o controle da execução disciplinada dos processos, o monitoramento de ações ilícitas, o uso de indicadores para acompanhar os resultados e a medição correta dos números de perda. A atuação estratégica da área de Prevenção de Perdas ocorre com apoio da alta administração e age em todas as etapas do negócio, desde a compra correta do produto, sua distribuição, seu armazenamento, a proteção contra furtos e a efetiva ação de venda.
Quando falamos em Prevenção de Perdas, para entender melhor o impacto no resultado, é importante saber que a perda média de estoques no varejo gira em torno de 1,96% do faturamento. Os dados específicos do varejo farmacêutico ainda não são expressivos, por conta da pequena quantidade de empresas que participam das pesquisas oficiais, o que nos remete ao fato de que as demais empresas ou não medem corretamente, ou não medem, ou não querem informar este tipo de dado. Pela nossa experiência, as duas primeiras opções são as mais prováveis, sendo que a segunda tem maior chance de ocorrer.
Assim, no cenário altamente competitivo que o varejo farmacêutico enfrenta, obter um aumento em seu resultado final na ordem de 20% é muito importante e a utilização da Prevenção de Perdas é fundamental para este feito. A solução está dentro de casa. É preciso somente ter a maturidade e consciência de que as perdas existem e que devemos tratá-las com eficiência. Afinal, estamos falando de drogarias, correto? As quais vendem remédios para o tratamento de doenças. Se diagnosticada a doença – perda de estoque – deve ser iniciado um tratamento – Prevenção de Perdas – e o uso dos medicamentos necessários – pessoas, processos, tecnologia, informação e indicadores.
Acesse o conteúdo do Webinar sobre Prevenção de Perdas no Canal Farma aqui.