O varejo farmacêutico nos últimos anos tem passado por mudanças significativas que alteraram muito seu panorama. Sua importância como negócio teve uma reviravolta com as fusões de Droga Raia e Drogasil, e Drogaria São Paulo e Drogaria Pacheco. A Pague Menos, que antes liderava o ranking, agora está em segundo lugar, porém continua crescendo de forma orgânica. Já a BR Pharma, com suas aquisições, segue informalmente como a maior rede do segmento. Segundo dados da Abrafarma, as redes associadas somaram cerca de R$ 28,70 bilhões, representando um crescimento de 13,48% em relação a 2012. São resultados expressivos em um segmento do varejo que ao mesmo tempo traz cada vez mais conceitos de fora do país e desenvolve seu modelo próprio de atuação.
Os dados econômicos e demográficos também são favoráveis:
Além de medicamentos, as drogarias passaram a oferecer também produtos de higiene, perfumaria, cosméticos e, em alguns mercados, revende até mesmo aparelhos celulares, perfumes importados e outros itens de uso doméstico.
Dessa forma, observamos o movimento de crescimento e estruturação do segmento, onde as principais redes buscam melhorar sua eficiência operacional, melhores localizações nas cidades, ofertas de um mix de produtos adequado ao público alvo, novas estratégias de fidelização, entre outros itens, para sustentar seu negócio.
Porém, como todo negócio em crescimento e desenvolvimento, o investimento realizado é muito grande. A maturação das lojas, por diversos fatores, não acontece no tempo esperado e os detalhes aos poucos vão sendo ajustados. Um destes detalhes, que para o varejo atual trata-se de um ponto estratégico, é a gestão das perdas de estoque. O tema Prevenção de Perdas no Brasil não é novidade, mas seu uso e sua profissionalização ainda são escassos. Mesmo nos segmentos onde esta estratégia é aparentemente madura e, muitas vezes, exemplo para as demais redes – como supermercados e lojas de departamento – muito ainda deve ser trabalhado.
Vamos começar falando das perdas de estoque em medicamentos. Elas geralmente ocorrem porque o produto é comprado sem critério científico – sem análise de demanda, gestão de categoria, desempenho do princípio ativo, entre outros – e acaba apresentando um giro de estoque abaixo do esperado. Uma vez que a forma de venda de medicamentos é através da prescrição médica, a influência promocional torna-se restrita. Não é possível – legalmente – promover a promoção de qualquer medicamento, porque esta ação estaria incentivando seu uso, o que é proibido por lei.
Desta forma, as drogarias precisam que a indústria realize um trabalho forte junto aos médicos, para convencimento de que seus medicamentos são os melhores para os diversos tipos de tratamento e assim, alavancar as vendas.
Mesmo com a criação dos medicamentos genéricos, que possuem menor custo e maior margem, este problema ainda não foi resolvido. A gestão eficiente de estoques nas drogarias é uma forma de prevenir as perdas com compras desnecessárias de medicamentos que acabaram esquecidos no estoque. É cada dia mais necessário e urgente um investimento em Prevenção de Perdas, em profissionais especializados, que possam gerir este tipo de problema de maneira eficiente e definitiva.
Em meu próximo artigo falaremos sobre este novo fenômeno de expansão da rede farmacista. Você poderá entender como a mudança do panorama do setor fez com que as grandes redes investissem em um novo conceito de loja, as chamadas Drugstore.
O crescimento do setor farmacêutico: controlando perdas na área de vendas (Parte 2)
5 lições do grupo DPSP sobre Prevenção de Perdas no varejo
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