Passada a Copa das Confederações - com a surpreendente conquista do Brasil - e divulgado o preço dos ingressos da Copa do Mundo, chegou a hora dos varejistas planejarem suas estratégias para 2014.
É fato que as manifestações populares ocorridas durante o mesmo período da Copa das Confederações atenuaram os resultados do varejo nas cidades-sede, mas, mesmo assim, o aprendizado foi valioso.
Conforme divulgação da FIFA, apenas 3% dos ingressos da Copa das Confederações foram comprados por estrangeiros. Ainda, segundo pesquisa do SPC Brasil, 85% dos torcedores vieram do mesmo estado onde os jogos ocorreram. O público dos jogos identificado na pesquisa do SPC não surpreendeu, já que é bastante semelhante ao perfil do interesse pelo o futebol no país: na maioria homens (62%), jovens 18 a 34 anos (60%) e solteiros (59%). Porém, o preço dos ingressos e os custos associados (viagem, hospedagem, alimentação, etc.) acabaram concentrando os participantes apenas nas classes A e B (75%).
Não há duvida de que estes números não se repetirão à exatidão na Copa do Mundo. Certamente virão mais estrangeiros, principalmente da América do Sul, e haverá maior mobilidade dos próprios torcedores brasileiros. Então tudo indica que, para 2014, uma boa aposta para os varejistas é focar seus esforços no impacto do público preponderantemente masculino, talvez não tão jovem ou solteiro como na Copa das Confederações, mas muito provavelmente acompanhado dos amigos ao invés de esposas e filhos menores.
Além dos bares e restaurantes típicos, este público masculino costuma ser atraído por artigos esportivos em geral, gadgets eletrônicos e produtos relacionados a hobbies. Possivelmente este grupo também consumirá presentes para suas esposas, namoradas, filhas e filhos menores que não o acompanharão na viagem, abrindo oportunidade para a venda de produtos femininos e infantis.
Para aproveitar todas as oportunidades proporcionadas pela Copa do Mundo, é fundamental entender que se trata de um evento relativamente longo e espalhado geograficamente, cuja primeira fase abrange um grande número de seleções de pouca expressão e ingressos mais acessíveis. A coisa fica pra valer mesmo a partir das oitavas, quando geralmente restam apenas as seleções europeias e sul-americanas de maior tradição, com uma ou outra surpresa. A partir daí os ingressos ficam bem mais caros e os jogos caminham para as cidades-sede principais.
Portanto, o evento inicia-se de forma abrangente e popular, com ingressos a partir de R$30,00 e, à medida que avança, concentra-se nas cidades maiores e com público de maior renda, provavelmente com um percentual maior de estrangeiros mais abastados e dispostos a pagar os R$1.900,00 dos ingressos da grande final no Maracanã.
Além disso, o envolvimento da população e, consequentemente, o movimento do comércio em todo o país, será bastante influenciado pelos resultados da seleção brasileira, que demonstrou muita competência na Copa das Confederações; um ponto positivo para os futuros negócios que precisa se repetir em 2014.
Apesar da enorme diferença entre os dois eventos esportivos, a Copa das Confederações foi um excelente aperitivo do que virá com a Copa do Mundo em 2014.
“Como aproveitar as oportunidades da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos”
Desenvolvi, juntamente com a equipe da MBA60, uma série de cinco vídeos com dicas rápidas para empresas de todos os portes que desejam lucrar com os eventos esportivos que estão chegando no Brasil. Confira em: http://www.mba60.com/serie/5-dicas-de-como-tirar-proveito-dos-grandes-eventos-esportivos
Voltarei ao tema com mais dicas em breve aqui no blog.