Até bem pouco tempo o conceito de Drive Thru era associado apenas a empresas de alimentação, mais especificamente às tão conhecidas redes de fast food. Com raras exceções de algumas iniciativas de farmácias e até padarias, dificilmente o termo era associado ao varejo em geral. Com a chegada imprevista de uma pandemia, que transformou profundamente os hábitos da população, inclusive a maneira de comprar e consumir, recolocou este termo para o varejo, como apontei em meu artigo no Varejo em dia.
A pandemia do novo coronavírus, que afeta o Brasil desde março de 2020, impactou o varejo diretamente, independentemente de porte ou segmento. As restrições impostas ao comércio e o medo de contrair a COVID-19 provocaram um grande e repentino crescimento do comércio eletrônico e de todas as modalidades de entrega.
Uma delas em particular foi abraçada pelos consumidores, conhecida no exterior como BOPIS – Buy On-line Pick-up in Store, (em português: compre on-line e retire na loja), que no Brasil ficou conhecida como Clica e Retira. Essa modalidade oferece uma série de vantagens ao consumidor e ao varejista, como, por exemplo:
Esta modalidade pode levantar dúvidas sobre a conveniência, pelo fato de o cliente precisar se deslocar até a loja, mas o que temos visto é que eles “encaixam” a ida à loja em suas jornadas diárias, como, por exemplo, indo e voltando do trabalho ou outras atividades externas.
Existem várias formas de implementar o Clica e Retira, utilizando balcões específicos no interior da loja ou lockers (armários), mas sem dúvida o Drive Thru é a que os consumidores mais têm apreciado, principalmente pela segurança e agilidade.
Implantar Drive Thru em lojas que já operam com canais digitais ou estão acostumadas a trabalhar com delivery não é uma tarefa tão difícil, em muitos casos, basta reorganizar os processos internos e desenhar um layout que permita que os clientes cheguem com seus veículos até o local mais adequado para a coleta das mercadorias. Com a redução de fluxo de clientes por conta da pandemia, o espaço do estacionamento tornou-se ocioso, permitindo o desenho de um fluxo de carros ou a separação de vagas específicas apenas para entregas.
Além de simples, o investimento para reorganização do fluxo de carros ou de vagas especiais não é elevado, pois, em muitos casos, uma boa sinalização pintada no solo, alguns cones e placas, são suficientes. Mesmo após o fim da pandemia e retomada das operações do varejo como um todo, o comportamento dos consumidores foi transformado e essas práticas devem se manter, conservando as compras on-line.
Independentemente do nível de maturidade de seus canais digitais, se o varejista já utiliza vários marketplaces ou se ainda recebe os pedidos apenas por WhatsApp, oferecer a opção de retirar a mercadoria na loja tornou-se importantíssima e o Drive Thru um dos formatos mais acessíveis.