Blog Prevenção de Perdas

Com prevenção de perdas é lucro para varejista na certa

Written by Hailton Santos | 16-09-2022 17:00

O Paulo, do Mercadinho Central, famoso em um bairro na zona sul da capital paulista, até vendia bem, mas no final do mês contabilizava que o lucro não era exatamente o que esperava. Do outro lado da cidade, na zona norte, a rede supermercadista Paulistana, com milhares de clientes a mais do que o mercadinho do Paulo, também enfrentava o mesmo problema. Suas lojas viviam repletas de clientes, mas o resultado financeiro ao findar do mês poderia ter sido muito melhor. Ambos, à sua maneira, descobriram de que um trabalho de prevenção de perdas seria necessário para rentabilizar o lucro de suas empresas.

As duas histórias fictícias bem que poderiam fazer parte de um enredo bem conhecido do varejo brasileiro: o de empresas que desconhecem ou negligenciam as perdas, concentrando suas ações apenas nas receitas e nos volumes de vendas. As grandes empresas, ainda que mais bem estruturadas, também registram suas perdas. Aliás, como se diz por aí, zerá-las é praticamente impossível. Ou seria utópico? Não importa, a verdade é que a varejista “Perdas S.A” obteve em 2021 um faturamento de R$ 11,7 bilhões. Se fosse uma empresa de fato, no ranking das grandes companhias do setor supermercadista ela estaria atrás apenas de Carrefour, Assaí, GPA e Grupo Mateus.

O tema, nesse cenário descontraído, pode até parecer brincadeira nos trocadilhos. Mas a dor do varejista, que trabalha com margens bem apertadas, é séria. Muito séria, por sinal, a ponto de, em alguns casos, até representar a sua própria sobrevivência. Parece trágico, mas é a pura verdade, ainda mais em um país onde o índice médio de perdas, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe), é de 1,21%, totalizando pouco mais de R$ 24 bilhões.

Prevenção de perdas cada vez mais estratégica

Como se costuma dizer por aí, com prevenção de perdas é lucro na certa e na veia para o varejista. Por isso mesmo, o tema vai ganhando espaço nas mesas de discussão da alta administração como importante driver de sustentabilidade, governança e crescimento dos negócios. Nos Estados Unidos e na Europa as redes de varejo possuem um Departamento de Prevenção de Perdas com staff de diretoria, vice-presidência e com cadeira no board da empresa. Aqui no Brasil...bem, a história ainda não é bem essa e ao que parece ainda está longe de seguir o exemplo dos gringos.

Por aqui, a área de prevenção de perdas ganha espaço, ainda com poucas diretorias, mas vai dando a sua cara. Empresários e executivos vão inserindo a pauta, na última década, organicamente em suas estruturas administrativas. Hoje, tornou-se uma área estratégica nas varejistas, principalmente entre as grandes redes. A própria Abrappe, em sua última pesquisa em parceria com a KPMG em 12 segmentos, com base nos números de 2021, mostra que 40,44% com área de prevenção de perdas das empresas já respondem à diretoria. Em outros 14,71% o tema é tratado com a presidência.

Prevenção de perdas para fomentar o lucro

Ter uma estratégia de prevenção de perdas não significa necessariamente o investimento de milhares de reais, mas sim fazer parte da razão de ser da companhia e do dia a dia dos seus negócios, como importante fator de competitividade e fomento de seu lucro. Ao varejista é necessária uma boa política de gestão, aliada às soluções mais adequadas para o seu negócio.

Hoje, é fato que as tecnologias antifurto e de otimização de perdas disponíveis no mercado brasileiro são eficazes, desde que combinada com uma política interna de educação, processos comportamentais dos colaboradores e fiscalização ostensiva. Trocando em miúdos, não se chegará a lugar nenhum sem uma boa gestão.

É possível, segundo consultores de prevenção de perdas, de que entre 6 e 18 meses o varejista recupere os investimentos efetuados em tecnologias. Quer outra boa notícia? As tecnologias aplicadas podem, já nos primeiros meses de operação, reduzir em até 80% das perdas. Aqui, porém, é sempre importante lembrar de que apenas a tecnologia não funciona, é preciso ter uma gestão eficiente e bom capital humano.

O recado está dado. Agora, é mãos à obra, pois o lucro o espera!!!