Não há dúvidas de que a inovação pode (e deve) fazer parte do processo de uma empresa varejista, mas há ainda uma dificuldade do varejista entender seus próprios processos, o que acaba separando o planejamento da aplicação prática. Nesse novo cenário, especialmente nos tempos pós-pandemia causada pelo coronavírus, penso que é fundamental que as empresas varejistas tenham a dimensão da sua realidade para que possam crescer mesmo em tempos adversos, realizando investimentos mais seguros e conscientes.
Muitas vezes os investimentos são realizados com base em outras realidades (players ou concorrentes), em estudos não aprofundados ou ainda, sem a devida projeção de ROI (retorno do investimento). Além das perdas financeiras, o fracasso ou decepção sobre o retorno dos investimentos são gatilhos para desmotivação da operação, desconfiança dos gestores e claro, decepção dos acionistas.
As inovações são sempre bem-vindas e dependendo do nível de investimento devem ser aplicadas com bases em informações confiáveis, números validados e com monitoramento dos resultados em pontos definidos dos processos. Este último possibilita as correções necessárias e em tempo adequado.
As revisões da estrutura e dos processos devem ser periódicas. É comum encontrarmos ferramentas tecnológicas adquiridas que não justificam o valor investido, seja por subutilização ou por aplicação em áreas que já estavam com seus processos obsoletos. Quando falamos do básico, devemos atentar para o cumprimento e revisões dos POP (Procedimento Operacional Padrão), pois além de criarmos segurança jurídica e operacional, temos uma base sólida para uma avaliação de melhorias contínuas, seja de processos ou de investimento em tecnologia.
Com a pandemia vimos diversos paradigmas quebrarem nas rotinas das empresas e no varejo supermercadista ainda mais. A diversidade de setores e produtos com suas peculiaridades já eram complexas por natureza. Agora com as exigências para cumprimento dos protocolos sanitários de cada Município/Estado, tornaram-se verdadeiramente desafiadoras.
Sem contar o novo comportamento de consumo, muitas vezes provocado por uma redução causada pela crise, aumento nas ocorrências de perdas por furtos e desvios, entre outras ações ofensivas a receita.
Acredito que toda adversidade deste período nos trará bons frutos em relação a ganhos operacionais, com colaboradores e gestores mais atentos e criatividade por parte das empresas de tecnologias para se adaptarem às novas exigências.