A segurança nos moldes semelhantes como conhecemos hoje, surgiu na Inglaterra com os “vigilantes”, no século XVI, e com os serviços de “escolta”, no século XIX, nos Estados Unidos, com a criação da Wells Fargo Companhia de Diligências em São Francisco. No Brasil, há registros do surgimento de estratégias de segurança na década de 40, com a formação da Guarda Noturna de Santos. Porém, é somente em 1983, com a publicação da Lei 7.102, em vigor até hoje, que a segurança é normatizada com suas ações voltadas para proteção de estabelecimentos financeiros. Ou seja: nosso país tem um panorama de segurança jovem, mas muito promissor, principalmente se falamos de varejo.
O varejo brasileiro surgiu com o modelo de autosserviço no final da década de 40, com o frigorífico Wilson, com o layout de exposição de produtos no início da década de 50 e com os Supermercados Sirva-se S.A. O surgimento destes serviços traria, consequentemente, uma preocupação com a segurança dos produtos.
Lojas de varejo que surgiram a partir da década de 1940:
Os varejistas buscam com a modernização e melhora dos canais de atendimento no varejo, a inclusão de diversos serviços ao cliente, diretamente no ponto de venda, melhorar os resultados das lojas de varejo. Estratégias como: confecção de cartão próprio da loja (private label), oferecimento de empréstimos, garantia estendida dos produtos (seguros), recarga de celular, ponto de caixa eletrônico para saque de numerário, dentre outros, aumentam o fluxo de pessoas nas loja, trazendo maior atratividade ao ponto de venda, tanto para o bem quanto para o mal. E é neste ponto que a segurança empresarial exerce um papel fundamental nas operações de qualquer tipo de estabelecimento.
Todas as grandes e médias redes de varejo têm, ou deveriam ter, uma área focada na Segurança Empresarial. Esta área atua em várias frentes, como detalho a seguir:
Segurança nos transportes (carga e valores) – Gerenciamento de risco da carga transportada (mercadorias de revenda), desde a coleta no fornecedor até a entrega ao cliente final e planejamento sobre o recolhimento de numerário pelo carro forte no ponto de venda;
Segurança física – Planejamento dos postos de vigilantes ou controladores de acesso para Centros de Distribuição e lojas físicas;
Proteção de pessoas – Foco na segurança de colaboradores, clientes, fornecedores e visitantes;
Segurança pessoal – Proteção da integridade física do corpo executivo da empresa (presidente, diretores etc.);
Segurança patrimonial – Identificação de vulnerabilidades para proteger ativos de ameaças, através da análise de risco (diagnóstico) da estrutura física do ponto de venda (entradas, estacionamento, portas, janelas, saídas de emergência etc.) e de todo entorno (vizinhança), trabalhando os pontos dos círculos concêntricos;
Segurança eletrônica – Aparato tecnológico de segurança (alarmes de intrusão, CFTV, antenas de alarmes para porta de lojas, cofres com retardo, rádios de comunicação etc.);
Segurança da informação – Ações de inteligência e contrainteligência com mapeamento de informações para evitar desvio de informações estratégicas, como campanhas promocionais, lançamento de produtos ou novas coleções;
Segurança do trabalho e meio ambiente – Promover prevenção de acidentes e conscientização dos colaboradores pautado nas leis e normas de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde);
Prevenção de fraudes – Estratégias de combate às principais fraudes no varejo como, por exemplo, confecção de cartão da loja com documentação falsa, troca de etiquetas de preço na área de vendas etc.;
Sindicâncias e investigação – Foco em instaurar processo investigativo para ocorrências de grande impacto como, por exemplo, desvio de conduta, acidentes, furto interno e/ou externo e roubo;
Recursos organizacionais – Elaboração de políticas, normas, procedimentos e montagem de indicadores para medição, acompanhamento e plano de ação da empresa;
Gerenciamento de crises – Identificar, obter e aplicar os recursos necessários à antecipação, prevenção e resolução de uma crise e permitir a continuidade do negócio com o emprego das técnicas especializadas e recursos estratégicos adequados.
Em muitas organizações a Segurança Empresarial responde diretamente à presidência da organização. Em seu staff tem desde profissionais que atuaram em órgãos públicos de segurança ou com formação acadêmica em segurança empresarial, direito, gestão de riscos, auditoria e engenharia.
Recentemente, saíram publicações na mídia afirmando que a área de segurança está em alta e que a procura de executivos para o comando da área vem crescendo. Nos últimos cinco anos, a demanda por este perfil de profissionais quadruplicou e isso inclui o setor de varejo, que tem buscado cada vez mais profissionais com expertise em segurança empresarial para atuar no combate às perdas causadas por furtos, roubos e fraudes.
Deixo aqui, ao fim, uma reflexão com esta frase de Maquiavel, para podermos pensar mais seriamente na Segurança Empresarial para Varejo: “É preciso ser raposa para reconhecer as armadilhas e leão para amedrontar os lobos”. Mãos à obra!
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