É notável a importância da gestão de estoques e controle de inventário para lucratividade do varejo. Na retomada das operações pós-pandemia, esta gestão e controle tornam-se mais fundamentais ainda para o varejista. A questão aqui é que a área de gestão de estoques costuma ser negligenciada, principalmente pelo varejo alimentar. Portanto, primeiramente o varejista precisa compreender que não existe prevenção de perdas sem uma boa gestão de estoque. Aliás, apenas realizar inventários não significa fazer gestão de estoque. Por isso, pensando no momento de retomada de operações e para reforçar sua importância, disponibilizei algumas dicas para ajudar a fazer uma gestão de estoque eficiente na Revista Prevenção de Perdas e você agora pode conferir aqui no blog.
Como esta ação envolve muitos processos, estas são algumas dicas sobre 10 processos básicos para uma boa gestão de estoque.
1- Cadastro de produto – Organize seu mercadológico, você precisa ter no mínimo três níveis, mas o mais aconselhável é usar os sete níveis possíveis. Não se esqueça de padronizar as descrições dos produtos. Nada é pior para a organização de estoques do que erros de digitação ou até mesmo falta de informações importantes como gramatura e marca de produtos.
2- Organize as compras – As compras devem sempre ser baseadas na média de vendas, acompanhando o estoque por dias de venda. Trabalhar com estoque baixo é fundamental, pois isso garante fluxo de caixa e redução de perdas causadas pelo excesso de estoque.
3- Entrada de notas – Muitos varejistas levam dias até atualizar seus saldos de entrada de produtos, inclusive muitos chegam a abastecer sua loja sem realizar a entrada. O ideal é não deixar passar mais do que um dia para atualizar os saldos de entrada de produtos.
4- Recebimento de Mercadorias – O varejista já sabe que o setor tem que garantir qualidade e quantidade dos produtos recebidos, mas poucos auditam a área. Portanto, desenvolva auditorias no setor para verificar como está a qualidade de sua conferência.
5- Armazenamento de Mercadorias – Há alguns anos, vimos uma grande mudança em relação a grandes estoques nas lojas. Trabalhar com estoques enxutos é o aconselhado sempre, mas muitos varejistas tiveram que aumentar seus estoques para atender necessidades antes atendidas por outros segmentos, como vimos acontecer com hipermercados, que tiveram um aumento nos segmentos têxtil, lar, eletroeletrônicos entre outros. Esse cenário pode causar um caos no armazenamento, caso haja falta de espaço e de estruturas adequadas. Não deixe de seguir as boas práticas de armazenamento. Lembre-se: não adiantar estocar produtos e acabar gerando perdas.
6- Exposição de Mercadorias – A ruptura operacional é o grande vilão desse processo. Quantas e quantas vezes encontramos produtos no estoque, mas que não estão expostos na loja? Utilize o relatório de produtos com estoque e sem vendas para ajudar e sempre analise fisicamente seus estoques. Lembre-se daquele ditado: os olhos do dono é que engordam o gado e, nesse caso, os olhos são do gestor.
7- Auditoria de estoque – Este é um processo simples, mas que pouquíssimos varejistas fazem. A dica aqui é escolher, diariamente, alguns itens para conferir seus saldos no físico e cruzar com o sistêmico, um inventário. Nesse caso, dê preferência para itens da curva “A”. A grande diferença aqui é que você passa a poder analisar os dados e os processos.
8- Inventários Parciais – Muitos chamam os inventários parciais de rotativos, porém os parciais não têm por obrigação fechar um ciclo, como no caso dos rotativos. Nesse processo, você identifica quais setores mais causam perdas na empresa e define um período menor de inventários. Esta ação pode ajudar na acurácia do estoque, assim como ajudar na identificação de erros na operação.
9- Análise de dados – Quem não fazia análise de dados se viu obrigado a começar a fazer durante a pandemia. Esse é o momento de pensar em investir mais em ERP e BI que consigam entregar mais dados. Mas lembre-se: você não será um acumulador de dados. Aprenda com os dados a entender melhor o seu novo shopper.
10- Gestão das Perdas – A área de prevenção de perdas teve papel ímpar durante essa pandemia. As empresas que subutilizaram mão de obra técnica como essa para aferir temperatura e controlar fluxo de pessoas nas lojas infelizmente não fizeram prevenção de perdas. Mas isso não é culpa das empresas. Muitos gestores ainda não viraram a chave para a importância da perda ampliada. Prevenção de perdas deve atuar na gestão do estoque, nas rupturas, nas margens, no financeiro e em várias outras áreas.
O varejista precisa entender que gerenciar o estoque não é mais uma escolha, mas sim uma obrigação. Quem não faz gestão de estoque provavelmente irá fracassar, se não já fracassou. O estoque é o principal ativo da empresa, sem gestão falta dinheiro para pagar fornecedores, aumentam as quebras operacionais, aumentam os furtos e desvios, faltam produtos entre outros problemas. Dê atenção ao seu estoque e retome suas operações com mais segurança e lucros.