Chegamos ao final da nossa série de artigos com as perguntas que surgiram em nosso Webinar sobre Prevenção de Perdas no Canal Farma. No primeiro artigo, respondi algumas questões importantes, porém básicas sobre Prevenção de Perdas. Já no artigo anterior, trouxemos à tona perguntas mais complexas, abordando situações diretas sobre este setor. Agora, nesta terceira e última parte, as questões serão ainda mais profundas, trazendo soluções e possíveis atitudes para melhorar ainda mais sua rotina de Prevenção de Perdas.
Pergunta 1:
Embora tenha havido muita evolução, infelizmente ainda é visível que, em algumas empresas do varejo alimentar, ainda há muita prática amadora, medidas improvisadas e descrença nos resultados que as ações de Prevenção de Perdas comprovadamente trazem. Qual a sua percepção em relação ao Canal Farma? Essas doenças também atingem esse segmento? Se sim, o que falta para estes empreendedores buscarem uma ajuda mais especializada?
Resposta: O segmento Farma também sofre com estes mesmos problemas. Existe uma miopia em relação aos benefícios que a Gestão Estratégica de Prevenção de Perdas atribui ao negócio. Aos empreendedores falta o acesso ao conhecimento desta ferramenta de gestão. As grandes drogarias representam cerca de 20% do mercado, ou seja, 80% do setor é formado por médias e pequenas empresas, que têm apenas a visão de segurança e não a de Gestão de Perdas, tampouco abordam elementos essenciais como gestão de estoques, por exemplo. O Webinar, as palestras e os blogs são formas de levar este conhecimento ao empreendedor. As associações também precisam voltar seus olhos para a Prevenção de Perdas, para a forma como ela deve ser implantada e conduzida para ser sustentável e contínua dentro das empresas. Os conceitos básicos do Pentágono de Perdas, por exemplo, estão disponíveis para acesso gratuito em nosso blog, justamente para que cada vez mais os empreendedores e tomadores de decisão possam ter a visão correta do que é Prevenção de Perdas e como sua atuação é garantia de receita e resultados.
Pergunta 2:
Há poucos dias fiz uma compra online de um material em uma grande livraria e este material foi ilegalmente desviado. Tive que cancelar o pedido e solicitar estorno do valor em meu cartão de crédito. Como fica esta situação? As compras online são realmente seguras? Como fica a logística de venda e entrega? Como controlar as fraudes neste cenário?
Resposta: Este exemplo é muito bom. Temos um artigo em meu blog que fala justamente sobre isso. O e-commerce - varejo eletrônico - também está exposto ao risco das perdas. Temos que lembrar que a compra acontece em um site, mas toda a operação é executada por pessoas e processos. Os procedimentos de Prevenção de Perdas são necessários para garantir que o processo logístico não acarrete perdas. Imagine que o seu livro estava armazenado em um Centro de Distribuição. No momento em que seu pedido no site foi realizado, chegou uma ordem para que um colaborador encontrasse seu produto no estoque, separasse e colocasse para expedição. A expedição por sua vez, no e-commerce, geralmente é terceirizada. Uma terceira pessoa coleta todos os pedidos e dá início às entregas. Olhando esse fluxo simplista, já conseguimos identificar vários pontos de risco. Ou seja, claramente a Prevenção de Perdas deve existir neste tipo de empresa, com objetivo de controlar e consequentemente inibir ações fraudulentas e erros operacionais. Além, é claro, das perdas que podem ocorrer nas transações eletrônicas, como páginas falsas para captação de dados de cartões, por exemplo, e até mesmo emissões de boletos fraudulentos. A criatividade para gerar a perda é tão grande quanto as ações para sua prevenção.
Pergunta 3:
Como foi dito, o desvio pode ocorrer tanto no inventário quanto no transporte e manuseio (Indústria). Gostaria de saber como integrar a cadeia nesse processo. Existe algum “Sistema Integrado” para o gerenciamento das perdas?
Resposta: O sistema integrado para gerenciamento das perdas, neste caso, são os sistemas da operação da própria empresa. É necessário um sistema que controle todo o processo da cadeia de suprimentos, desde o recebimento, armazenamento e expedição no Centro de Distribuição, o recebimento na loja, as transferências, enfim, todas as etapas deste processo. O medidor da perda não identificada é o inventário físico, que pode ser rotativo, parcial ou geral. A partir das divergências de estoque identificadas, deve ser possível, com o sistema acima, rastrear o produto, desde sua saída do Centro de Distribuição (CD) até a venda no Ponto de Venda (PDV) e também sua devolução. Cito sempre como exemplo que muitos casos de perdas não identificadas acontecem nas devoluções de clientes, manipuladas indevidamente por colaboradores mal intencionados. Existem excelentes soluções de empresas como Microstrategy e WeDo, que auxiliam nos indicadores e nesta rastreabilidade.
Pergunta 4:
Comprovadamente, as tecnologias (EAS, CFTV, Software de Caixas, Cofres, Alarmes, etc.) trazem um real ganho financeiro para todas as empresas, no sentido de que contribuem para reduzir e prevenir as perdas. Qual sua recomendação para as pessoas que pretende utilizá-las e implantá-las em suas empresas?
Para a gestão da Prevenção de Perdas, recomendamos sempre que se implante este tipo de tecnologia na seguinte ordem: EAS (etiquetas e antenas antifurto), Monitoramento de Caixas e CFTV. São formas de criar barreiras no negócio que implicam na redução das perdas. O EAS afeta diretamente o furto externo na área de vendas e o furto interno no balcão de medicamentos. O Monitoramento de Caixas tem impacto direto no furto interno. E o CFTV afeta tanto o furto interno quanto o furto externo, mas, em menor escala, em razão do tamanho físico e da estrutura de pessoal das drogarias. Diferente do varejo alimentar ou das lojas de departamentos, uma drogaria não comporta uma pessoa monitorando in loco o negócio.
Já os Alarmes e Cofres, eu entendo que são primordiais e indispensáveis para a gestão de segurança. Não há como abrir mão destas soluções. O Alarme garante a segurança dos ativos quando a loja está fechada. O Cofre tem a mesma funcionalidade, ampliada para o risco do desvio de dinheiro na tesouraria ou o risco de assalto.
O elemento Tecnologia, do Pentágono de Perdas, tem soluções que o varejista deve considerar como investimento, quebrando o paradigma de que seria um custo ou despesa.
O resultado do nosso Webinar foi um sucesso! Muito obrigado a todos que colaboraram participando e enviando suas perguntas. Espero ter solucionado suas questões e colaborado ainda mais para valorizar a cultura de Prevenção de Perdas.
Acesse o conteúdo completo do Webinar gratuitamente aqui.