Como mencionei no post passado (aqui), a NRF 2015 Retail’s Big Show nos mostrou a consolidação de algumas tendências originadas no início dessa década, porém com uma nova postura das empresas: de um pragmatismo visto somente em momentos de severa crise.
A nova regra é avaliar com muito critério se as novas tecnologias e modelos de negócio vão de fato melhorar os velhos e tradicionais indicadores do varejo: tráfego, conversão, tíquete médio e lealdade. Não estou afirmando que no passado essa avaliação já não era feita, mas que os critérios estão ficando cada vez mais rígidos.
Enrijecer a análise não é novidade no mundo dos negócios, recentemente vimos isso acontecer com os investidores de risco depois da primeira bolha da Internet no final do século XX, e de maneira mais dramática, depois da crise desencadeada pelos sub-primes em 2008.
No início da atual década, as infinitas possibilidades do Big Data, da Internet das Coisas e de tecnologias promissoras como as etiquetas de RFID, seduziam facilmente varejistas de todos os tipos e portes. Bastava uma boa promessa com a extensão “.com”, “app” ou de mídias sociais para conquistar cabeças e mentes.
Parece que uma nova “era da razão” está se desenhando no varejo: as ideias e promessas precisam ser provadas, senão o investimento não sai.
Este ano, ao caminhar pelos stands na feira ou mesmo no cafezinho do congresso, não raro ouviam-se diálogos como:
“- Sua solução gera tráfego na loja? Que bom! - Então me mostre resultados: quero saber onde e o quanto ele aumentou. - Desculpe, mas projeções não são suficientes, quero dados reais, caso contrário, não me faça perder tempo”.
Por outro lado, essa visão dos varejistas, de “só acredito vendo”, já foi percebida pelas consultorias e fornecedores de tecnologia. Agora ávidos para gerar business cases, não se furtam em investir em conjunto com seus clientes para provar que seus modelos são vencedores.
Essa é a boa notícia, em tempos de grandes compromissos com os resultados, a parceria entre fornecedores e clientes tende a se fortalecer.