Muitas coisas mudaram com a crise provocada pela pandemia do coronavírus e não seria diferente para o varejo. Alguns setores acabaram sofrendo mais do que outros, mas há algo que afeta a todos e que preocupa os varejistas: a queda das vendas e da lucratividade são líquidas e certas. Para garantir a sobrevivência dos negócios, proteger o caixa da empresa se torna prioridade máxima. Reestruturar dívidas, buscar maior eficiência operacional, reduzir estoques e adiar investimentos não essenciais são algumas das ações tomadas por varejistas atualmente. Neste cenário, ganha cada vez mais força a transformação ou migração dos investimentos de aquisição (CAPEX) para o de locação (OPEX).
Não há dúvidas de que a adequação de lojas para as novas regras de proteção e prevenção da Covid-19 é um investimento essencial, além da segurança da própria loja. Ainda que os canais online tenham ganhado força, há lojas físicas que permanecem abertas e viram suas perdas crescerem de maneira expressiva.
Erros operacionais provocados pela pressão extra sobre a equipe e uma maior ocorrência de furtos tanto internos quanto externos explicam o aumento das perdas em até 120% em alguns supermercados. São prejuízos que já estão acontecendo e impactando os resultados no pior momento da história do varejo mundial. Por isso, o investimento em prevenção de perdas também se torna mandatório.
O varejo talvez nunca tenha precisado tanto de liquidez. Apesar do que se noticia, mesmo com a Selic no valor mais baixo da história, o acesso ao crédito sofreu uma enorme restrição. Frente a estas dificuldades, o varejista se questiona se existe alguma forma de investir e proteger o caixa ao mesmo tempo.
Estamos, novamente, diante um debate que já estava presente antes da pandemia: alugar ou comprar equipamentos? CAPEX ou OPEX? Quais as diferenças entre as duas estratégias?
CAPEX |
OPEX |
Compra | Locação ou leasing |
Impacto imediato no caixa da empresa |
Manutenção dos recursos no caixa da empresa (maior liquidez) |
Ativo fixo |
Despesa operacional (benefícios fiscais) |
Investimento imediato e retorno ao longo do tempo com a utilização dos equipamentos |
Utilização imediata dos equipamentos e investimento distribuído ao longo do tempo |
Assume custos de manutenção não previstos |
Reduz custos não previstos (manutenção e descarte) |
Assume a obsolescência dos equipamentos |
Permite atualização, sempre que o produto ficar obsoleto (prazos contratuais) |
O modelo tradicional de aquisição (CAPEX) impacta de imediato o caixa. O retorno virá no futuro, com o acúmulo das vantagens conquistadas pelo projeto. Quanto mais rápida for a implantação, maior a necessidade de capital. Já o modelo de locação (OPEX) permite manter mais recursos disponíveis no caixa no momento mais crucial da crise e avançar com as melhorias essenciais para o negócio. Além disso, como no balanço financeiro a locação não é entendida como investimento, mas como uma despesa corrente (OPEX), é possível abater até 34% do seu valor através de reduções no IRPJ e CSLL.
Equipamentos de loja em geral, bem como computadores, monitores, impressoras, scanners, sistemas de CFTV, antenas EAS e particularmente tudo que depende de atualização de software, são os mais recomendados para transformar em locação (OPEX), já que a inovação é constante e, através desta modalidade, a renovação da tecnologia é facilitada.
O varejista começa a avaliar esta possibilidade que se coloca com ainda mais força em tempos de crise. Vemos que a pandemia está mudando paradigmas e acelerando a transformação digital.
Tecnologia como serviço
O conceito da Tecnologia como Serviço ou TaaS, do inglês Technology as a Service, é uma solução abrangente e flexível que agrupa hardware, software e serviços em um único valor de mensalidade. E esta alternativa está se tornando cada vez mais comum, afinal, você precisa ter a posse do equipamento ou os benefícios da sua utilização?
* Artigo originalmente publicado no site Varejo em dia em 15/05/2020.