Quais as principais mudanças na área de prevenção de perdas nos últimos anos?

por Adriano Sambugaro 01-06-2021 14:45
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Recentemente, tive o prazer de conversar, junto com Vanessa Urbieta, com Márcio Fialho, consultor e executivo especializado em prevenção de perdas, com passagem em grandes empresas. Atualmente, Fialho é gerente de segurança patrimonial e facilities na Fastshop. Durante o bate-papo, ele ressaltou como a prevenção de perdas é uma área geradora de melhorias para o varejo e ajuda a gerar um conhecimento valioso para todas as áreas do negócio. Vou apresentar aqui um breve resumo de nossa conversa no episódio 18 do Podcast PDV – Por Dentro do Varejo que você pode conferir na íntegra dando play no player abaixo:

 

 

Comecei nossa conversa perguntando para ele o que mudou nessa área de prevenção de perdas ao longo do tempo, nestes últimos dez anos, já que ele tem uma vasta experiência em gestão de processos, com passagem por consultoria, estando também do outro lado do balcão. Márcio Fialho destacou a evolução de ferramentas, de operações, de processos, reforçando que a prevenção de perdas é uma área que está sempre em constante evolução.

“No passado, fazer a coisa certa era o suficiente para reduzir ou controlar perdas, sequer se realizavam controles de inventário. Hoje vejo o inventário como uma ferramenta fundamental. Se você não tem controle dos seus estoques, dos seus ativos, dificilmente irá conseguir realizar qualquer tipo de medida preventiva ou de medida corretiva” - Márcio Fialho.

Ainda sobre as mudanças, o especialista afirmou que inovações tecnológicas, como o uso de Inteligência Artificial, tornam cada vez mais possível a verificação de processos simultaneamente em vários locais, e ressaltou a importância de softwares e ferramentas que tragam mais agilidade e ganhos de operação. Para ele, a prevenção de perdas está em constante evolução, mas a essência permanece no controle, nas melhores práticas, identificando e tratando o risco com medidas corretivas que facilitem a operação.

Seguimos nossa conversa falando sobre IoT (Internet das Coisas) e a geração de dados proporcionada pelas novas ferramentas de tecnologia. Fialho destacou que, apesar de uma atividade ainda nova, muitas empresas estão investindo em novas tecnologias e produtos para ter cada vez mais automação de processos, representando um ganho bem interessante na operação.

“Hoje, por exemplo, não é preciso ter um monitor de CFTV em cada loja, verificando os processos. Através de Inteligência Artificial, é possível escolher algumas premissas, algumas técnicas e apontar as necessidades dentro de um sistema que gera esse tipo de informação. Seja abertura de uma porta, abertura de uma janela, ou o tempo de abertura de um cofre até a quantidade de pessoas que estão dentro de determinado local. Estes dados refletem em ganho operacional para redução de risco” - Márcio Fialho.

Comentamos também um pouco sobre a realidade econômica do país e o aumento dos furtos. Márcio Fialho voltou a reforçar que a tecnologia é uma grande aliada no combate aos furtos externos. O especialista diz que hoje há uma série de ferramentas que podem apoiar no sentido de mitigar este tipo de furto. Fialho afirmou que vê como primordiais ferramentas de CFTV, controle de acesso e alarme patrimonial.

“Para quem trabalha com produtos eletrônicos, por exemplo, dependendo do tipo de produto, é mais ou menos visado. É preciso se preocupar com produtos de alto valor agregado e já temos ferramentas como cadeado eletrônico, CFTV, controle de acesso, reconhecimento facial, estratégias e ferramentas de controle que pareciam muito à frente do nosso tempo e que hoje são a realidade. O que antes não imaginávamos em relação a ferramentas e tecnologia, hoje faz parte do kit básico para a abertura de uma loja. Essa tecnologia não é mais um plano, ela é necessária para que possamos alcançar o resultado esperado” - Márcio Fialho.

Com um especial destaque para ferramentas de CFTV, Márcio Fialho comentou como este tipo de ferramenta, que antes era apenas vista como aliada da segurança, funcionando como ferramenta de prevenção de perdas, hoje se ampliou e passou a ser ferramenta para operações, para o marketing, para engenharia, para manutenção e até mesmo recursos humanos, afirmando que todas as áreas podem fazer um bom uso da tecnologia. Isso faz com que se reduza o custo final da solução.

Vanessa Urbieta perguntou ao especialista se ele acredita que é um desafio do profissional de prevenção de perdas disseminar esse tipo de cultura. Fialho disse que sim, que a prevenção de perdas deve encarada como uma área geradora de melhorias, que motive o redesenho de processos e a redução de risco, mas que a cultura de prevenção de perdas não deve ser responsabilidade única e exclusiva de uma área, ela tem que ser compartilhada com toda a operação, integrando todas as áreas. Para ele, hoje em dia, a prevenção de perdas é vista de forma estratégica, participando de diversos momentos do varejo, como lançamento de produtos e inauguração de novas lojas.

Para Fialho, as transformações que o varejo vem enfrentando são grandes desafios. É preciso entender como o mercado como um todo está trabalhando para se adaptar à nova realidade. Vanessa Urbieta aproveitou para pedir dicar para o varejo brasileiro e perguntar onde ele ainda precisa se aperfeiçoar. O especialista voltou a afirmar que é preciso deixar de lado a ideia de que a Prevenção de Perdas é uma área geradora de cursos e entender que é uma área de proteção da receita. Observar o retorno sobre o investimento em prevenção de perdas é fundamental para entender e aplicar esta mudança de mindset. Por fim, o especialista reforçou que, independentemente do tamanho da loja de varejo, é preciso identificar as perdas para preveni-las.

“Acredito muito na ponte entre as áreas, na ponte entre pessoas, na resiliência. Acredito muito na capacidade de adaptação do varejo e, acima de tudo, no trabalho em equipe” - Márcio Fialho.

 

 

 

 

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