Prevenção de perdas na cadeia de hortifrúti

por Antônio Balbino 04-10-2016 11:22
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prevenção de perdas na cadeia de hortifrúti

No Brasil, as perdas no processo de comercialização de frutas e hortaliças ultrapassam 30% do total produzido, enquanto em outros países o descarte não supera 10%. As perdas na cadeia de hortifrúti alcançam 200 mil hectares desperdiçados durante as etapas de pré-colheita, colheita, beneficiamento e comercialização do produto. Já pensou em quanto poderia ser reduzido nos custos e, claro, no volume de vendas do próprio produtor e distribuidor, se a prevenção de perdas atuasse com eficiência neste setor?

Dentro da categoria de hortifrutigranjeiro, os produtos que mais quebram são as frutas e frutos, por serem mais frágeis. Para termos uma ideia: produtos como banana e morango chegam a quebrar 40%, seguidos de melancia com 30% e abacate com 26%. O problema é que este número pode ser ainda maior para algumas hortaliças como couve-flor, com 50%, e alface, com 45%. Com números tão altos como estes, as perdas na cadeia de hortifrúti precisam de atenção com urgência.

 

Dentre as principais causas de perdas na cadeia de hortifrúti estão: 

  • Colheita;
  • Demora excessiva na comercialização;
  • Distribuição;
  • Produtos de baixa qualidade;
  • Embalagem inadequada;
  • Condições climáticas;
  • Transporte inadequado;
  • Armazenamento impróprio.

 

Mesmo tendo todas estas causa geradoras de perdas, cerca de 50% delas estão concentradas nos processos de manuseio e transporte e não no momento final da venda.

Transporte e manipulação dos produtos são os principais agravantes das perdas na cadeia de hortifrúti.

Já é corriqueiro o recebimento de mercadorias em transportes que não são adequados para o produto a ser transportado, gerando, obviamente, quebras. Algumas empresas, ao receberem a carga, agem de forma eficiente e não recebem estas mercadorias, rejeitando o produto e gerando ainda mais quebras. Esta atitude é compreensível, afinal de contas, não podemos melhorar e vender o que já chega ruim.

Já visitei pessoalmente produtores do setor de hortifrúti e o que pude perceber foi que muitos já estão focando na melhoria de seus processos e cada vez mais contratam profissionais qualificados, focando na prevenção de perdas relacionadas às quebras causadas pelo manuseio e transporte.

No entanto, é fundamental o varejista ter contato direto com o produtor e buscar saber a origem de seus produtos, conhecendo os processos desde a sementeira até o processos de expedição e transporte.

Nos supermercados sabemos que as perdas na cadeia de hortifrúti se concentram na exposição dos produtos. Temos casos onde mais de 75% das perdas estão concentradas na exposição, por exemplo, clientes que costumam amassar as frutas no momento da escolha e, mesmo estando no ponto, acaba optando por outra fruta, deixando unidade amassada na vasca da loja. Em poucos minutos surgirá a quebra: a fruta ficará escura e, com certeza, não terá mais condições de venda.

Existem algumas regras básicas para a cadeia de hortifrúti, que podem ajudar na prevenção de perdas e quebras:

  • A qualidade do produto é feita no campo (manejo da cultura, colheita e pós colheita);
  • Embalamento adequado;
  • Transporte adequado;
  • Evite o manuseio. Qualquer tipo de ferimento por excesso de manuseio pode causar podridões;
  • Evitar a queda dos produtos. Não virar as caixas sobre as gondolas. Frutos batidos são rejeitados pelo consumidor;
  • No ponto de venda o ideal é utilizar a própria embalagem ou bandeja;
  • Exponha lotes visualmente iguais, de tamanho, cor e qualidade semelhantes. Isto reduz a escolha por parte do cliente;
  • Armazenagem correta para cada tipo de produto;
  • Mantenha a sujeira longe. Ambiente sujo, mãos sujas e unhas compridas são meios de transmissão eficientes de fungos causadores de podridão;
  • As frutas e hortaliças são recoberta por uma cera natural que as protege da perda de água e de entrada de microrganismos oportunistas;
  • A conservação desta proteção exige manuseio mínimo.

 

Para evitar as quebras, a orientação mais importante que deixo é: conheça os produtos que você comercializa, descubra qual são suscetíveis à podridão, qual a temperatura adequada para cada tipo, qual deles é sensível ao etileno e qual deles produz este gás. Não é tarefa difícil descobrir estas informações hoje em dia, portanto depende de você também focar na prevenção de perdas reduzir as quebras nesta categoria.

Não vamos encerrar o assunto hortifrúti por aqui, até porque este artigo foi focado em sua cadeia produtiva. Em breve teremos mais artigos falando sobre estratégias para Prevenção de Perdas em Perecíveis.

 

Mais informações sobre Prevenção de Perdas em supermercados:

10 dicas para evitar perdas na área de frios

10 dicas de como reduzir perdas na padaria

Através de auditoria de PDV, rede identifica quebras em supermercados

 

 

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Topics: Perdas no Varejo