A velocidade da evolução da tecnologia, nas últimas décadas, aliada ao célere processo da comunicação através das mídias sociais, nos leva a querer aplicar ferramentas e estratégias de forma imediata e sem a correta avaliação do custo benefício. A falta de conhecimento adequado e dos ajustes orçamentários compatibilizados às novas necessidades, trazidas por estas novas tecnologias, muitas vezes levam ao fracasso ou ao não atingimento das expectativas criadas ao adquirir uma nova ferramenta. Por estes motivos, é comum ver atribuírem, posteriormente, a culpa do fracasso à “falha” da nova tecnologia ou de seu uso. Se pensarmos um pouco perceberemos que se trata apenas de falha de gestão e é sobre isto que vamos conversar hoje aqui no blog.
Todos os segmentos sofreram atualizações tecnológicas. De drones aplicados na agricultura, para melhoria do uso adequado de defensivos e mapeamento de pragas, à utilização de cofres inteligentes na gestão do dinheiro no varejo, passando pelo uso de câmeras de trilho no monitoramento de grandes áreas de lojas e ou CDs, além da constante atualização da já conhecida tecnologia do RFID, que começa a tomar corpo e criar certa massa crítica para uso no varejo.
Entretanto, como repete constantemente em suas aulas e palestras, a renomada Dra. Regiane Relva Romano, especialista em TI e particularmente em RFID:
“A tecnologia está aí para nos servir e não para nos escravizar” - Regiane Relva Romano
Concordo integralmente com esta afirmação e, como tudo na vida, acredito que a tecnologia também tenha dois lados, por isso o discernimento em seu uso e gestão em seu domínio é imprescindível.
Algumas perguntas nos levam a reflexão de como devemos agir diante da disponibilidade da tecnologia em nosso dia a dia. Faço-as e tento responder de alguma forma, provocando os leitores a discuti-las e recomendarem ações e/ou melhor avaliarem seu impulso tecnológico.
- Estamos - nós fornecedores, você e sua empresa - preparados para o correto uso da tecnologia em nosso negócio?
Nem sempre, a começar pelo fornecedor, que às vezes lança um produto sem a devida adequação ao mercado local, sem o devido preparo da equipe de suporte. Portanto, a escolha de um fornecedor adequado pode fazer toda a diferença. Preço baixo, preço de lançamento, às vezes podem se transformar em armadilhas a médio e longo prazo, é preciso atenção. Quantas vezes você já trocou de fornecedor na tentativa de reduzir seu custo, melhorar a tecnologia e deu “zebra”? Não por causa do produto, mas por causa do fornecedor.
Sua equipe e, conforme for o caso, toda a organização precisa estar atualizada e alinhada com a nova tecnologia a ser introduzida ou atualizada não depois, mas antes mesmo do início do processo de “roll out”.
- Nosso executivo está habilitado a gerir o uso da nova tecnologia?
Ao dar início a um processo de mudança ou introdução de tecnologia devemos, de maneira pragmática, avaliar a capacidade técnica das pessoas a serem envolvidas no processo de introdução da ferramenta e em sua aplicação. Se faz necessário que programas de treinamento interno e até mesmo externo sejam aplicados a multiplicadores de sua empresa. Isso garante ou pelo menos reduz as chances de erros.
- Como decidir por uma das tecnologias disponíveis que se nos apresenta?
1º. Definir claramente qual o objetivo a empresa está buscando.
2º. Quando o nível das oportunidades forem tecnicamente distante uma da outra, analise o estágio em que se encontra a sua empresa para definir se não seria mais conveniente começar por algo mais simples e após algum tempo evoluir, do que escolher a tecnologia mais avançada e não poder usufruir de toda a disponibilidade que ela lhe oferece, tornando seu custo benefício desfavorável.
3º. Novamente dou ênfase na escolha do fornecedor e proponho algumas questões:
- É um representante ou distribuidor? Tem o devido suporte do fabricante? Pode atendê-lo em qualquer ponto do país? É focado no seu seguimento?
- É um importador oportunista? Está trazendo uma nova tecnologia ou substituindo uma existente por um preço muito convidativo? Para quem tem visão de curtíssimo prazo e não está preocupado com o futuro da empresa, é um “prato cheio”, mas em um futuro próximo, as reposições e o suporte técnico, como ficam?
- É um fabricante, focado no varejo, que tem já respeito e liderança no mercado? Os resultados anteriores com novas soluções e novos produtos são motivo de orgulho e sucesso com clientes felizes e recorrentes?
Listo apenas essas três hipóteses como exemplos e não precisaria ser nenhum expert para optar pela hipótese “c” e em seguida “a”, se forem positivas as respostas às perguntas formuladas, se quiser ter sucesso na escolha.
Nem sempre devemos entender a tecnologia como um novo ou milagroso produto. Na maioria das vezes, trata-se de uma nova aplicação, um incremento de função, a micronização de componentes, ampliando seu uso.
Nós, da Gunnebo, temos uma clara visão do que seria o ideal na busca das soluções aos problemas de perdas enfrentados pelos nossos varejistas. Nem sempre é possível atingir os níveis de 100% de satisfação com a tecnologia disponível ou com seu uso, entretanto, sempre que a parceria entre o cliente e a empresa é honesta, o sucesso é garantido.
Use a abuse da tecnologia com bom senso e discernimento. Prepare-se e prepare seu time, mantenham-se atualizados. Busque exemplos de sucesso, questione, teste. Lembre-se de que errar faz parte da evolução. É sempre melhor ser criticado pelo erro do que pela omissão.
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