Anualmente, as pesquisas relacionadas à área de Prevenção de Perdas são atualizadas e, a cada ano, alguns fatores nos chamam mais a atenção do que outros. Neste momento vou me ater aos dados constantes da pesquisa PROVAR (e demais colaboradores) que, com um histórico de mais de 10 anos e em constante evolução, são críveis e confiáveis. Os resultados são alarmantes e precisamos pensar neles de maneira estratégica.
Apesar do significativo crescimento no índice de perdas de 2014 sobre 2013, o fato que chamou mais a atenção não foi só este. O aumento já era esperado e sempre alertamos nossos clientes e leitores sobre essa tendência. Este crescimento é decorrente das condições sócio-econômicas atuais, do desemprego e também da significativa queda nas vendas, pois mesmo que os valores de furto não crescessem, com a queda de vendas, o índice automaticamente seria mais alto. As perspectivas não são boas e, ao que tudo indica, os índices de 2015 e 2016 serão ainda maiores.
Porém, o que realmente apareceu para nós como um destaque altamente negativo foi o índice reportado como “treinamento da equipe relacionado ao tema Prevenção de Perdas”, cujo valor indicou que apenas 50% das empresas pesquisadas praticam essa indispensável ferramenta que auxilia e muito na redução das perdas. É importante notar que isto é uma realidade que independe do uso o uso de tecnologia, inclusive.
O que mais nos surpreende é o fato de que a empresa se propõe a investir em tecnologia, em pessoal, em TI, na elaboração de normas e procedimentos e depois são negligentes, não treinando seus colaboradores para aplicação e utilização das ferramentas implantadas.
Alguns setores varejistas têm uma alta rotatividade de funcionários, tornando ainda pior essa situação. Nos últimos anos, por exemplo, a Gunnebo treinou milhares de colaboradores de nossos clientes, e é provável que nem a metade deles ainda esteja na mesma empresa onde recebeu o treinamento.
A rotatividade da equipe faz com que um programa de treinamento interno constante, específico para Prevenção de Perdas seja absolutamente mandatório.
Em tempos de quedas de vendas, com a competição se acirrando mais e mais, precisamos olhar com uma lupa nossas ações preventivas e corretivas. É desanimador que depois de aumentos de luz, impostos, condomínios e aluguéis, ainda tenhamos que lidar com o aumento dos índices de furto. A grande diferença entre este aumento e os outros é que este, você, varejista, pode controlar, os demais infelizmente não. Foque no que pode ser mudado dentro de sua própria empresa e seus lucros serão melhores no próximo ano.
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