Ao longo de alguns anos acompanho a área de prevenção de perdas, segurança patrimonial e investigação empresarial. Ocorre que em algumas empresas do segmento varejista ainda contratam profissionais apenas para apagar o fogo e permanecem em sua zona de conforto, colocando em risco a imagem e os lucros da empresa.
Talvez como forma de reduzir custos, algumas empresas de médio e pequeno porte reaproveitem agentes de segurança patrimonial para compor a área de Prevenção de Perdas. O grande terror acontece em abordagens sem preparo que constrangem o cliente. Estas abordagens podem transformar os clientes em potenciais reclamantes em ações judiciais contra a empresa. Tudo por causa da falta de preparo do profissional.
Muitas vezes, quando acontece um ato ilícito interno, que promove uma grande perda invisível, não existe um profissional com expertise em investigação empresarial capaz de apresentar uma autoria de maneira correta, sem promover desconforto dentro da organização.
Diante desse cenário, a grande solução que se faz necessária é cada área conhecer de fato o seu papel e definitivamente formar os agentes de prevenção de perdas em analistas de inteligência. Recrutar é uma missão estratégica e não mais meramente operacional. O processo precisa se tornar dinâmico e sincronizado e estar sinergicamente alinhado ao objetivo do processo.
Em quase oito anos trabalhando com investigação empresarial, percebi o quanto é importante que os agentes de Prevenção de Perdas sejam capacitados para planejar e operacionalizar um processo investigativo. Ainda que as empresas do ramo varejistas sejam conscientizadas a criar uma área de inteligência e investigação, os profissionais focados na investigação empresarial precisam ser corretamente capacitados. Assim será possível mitigar as perdas invisíveis de forma não colocar em risco a imagem da empresa.
Apresentar autoria e processos para abastecer a área de recursos humanos e jurídica ajudam a mapear o verdadeiro perfil do colaborador, além de eliminar perdas que atingem diretamente o faturamento final da empresa.
Retirar os antolhos e investir em uma solução altamente eficaz é cada vez mais presente no segmento industrial. É preciso estar atento a Lei Anticorrupção Empresarial nº 12.846/2013 programas de integridade (compliance), regulamentada pelo decreto 8.420/15.
Nos últimos anos, os casos de fraudes têm ocupado os meios de comunicação. O que pode contribuir para essa situação é a velocidade das mudanças no ambiente organizacional. Além disso, os controles internos também podem não estar conseguindo acompanhar esta velocidade, aumentando assim o potencial de práticas de atos ilícitos.
A perda dos valores sociais e morais pode ser a base do problema das fraudes. Do ponto de vista interno, ambientes de Tecnologia da Informação complexos (ou fusões e aquisições não consolidadas) e salários baixos incrementam também a ocorrência de fraudes. Organizações menores (com até 100 funcionários), com alta rotatividade de pessoal e pouco comprometimento, com a gestão muitas vezes ignorando irregularidades, têm maior probabilidade de serem fraudadas, elevando o seu risco ao nível alto.
Falta apenas as organizações que buscam este tipo de serviço compreenderem que uma empresa que possuí serviços de Investigação Empresarial não é uma agência de detetives. Uma empresa especializada possui profissionais formados, com vasta experiência no mercado e referência profissional e comercial. As informações do cliente serão preservadas e os resultados serão apresentados em relatórios gerenciais. Contratar serviços duvidosos para minimizar valores é o maior risco assumido por qualquer empresa que se preocupe com a sua imagem.
Uma investigação interna identificará se ocorreu ou não o ato de corrupção ou qualquer outro ato ilícito, quem são os agentes envolvidos, qual o montante do prejuízo causado e quais as medidas que devem ser tomadas para que este tipo de problema não volte a acontecer no futuro. A realização de investigações internas ganha cada vez mais importância dentro deste contexto.
Cenário ideal projetado para o varejo:
Portanto, a investigação é de extrema utilidade para pessoas jurídicas. Principalmente para as empresas que possuem uma extensa gama de empregados, clientes, fornecedores e uma complexa rede de relacionamentos. A importância da atividade investigativa privada ganha ainda mais relevo diante dos altos riscos de prejuízos vultuosos envolvendo a exploração de atividades econômicas. Isto, inclusive, pode comprometer a própria existência da pessoa jurídica.
É fundamental que as áreas trabalhem em sinergia para diminuir o quadro de perdas. Ao focar em um resultado único, formam-se equipes de líderes cada vez mais eficazes e eficientes.
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