O Brasil passa pela sua pior crise econômica nos últimos 20 anos. Os reflexos em todos os segmentos não deixam dúvidas. No varejo, em especial, o crescente desemprego, restrições ao crédito e a baixa confiança dos consumidores, diminuem o consumo e afetam drasticamente o setor que, até 2014, vivia sua era de ouro impulsionada pelo poder de compra das classes C, D e E.
Hoje, o varejo sofre com o ambiente político ruim e cheio de incertezas. Diante das mudanças econômicas, políticas e comportamentais, ele é obrigado a trabalhar com margens mais limitadas, diminuindo o seu crescimento.
O varejista deve olhar para dentro de casa e identificar na operação o que é possível fazer para aumentar a competitividade e ser mais eficiente.
É neste momento que alguns departamentos fazem a diferença e, um em particular, colabora na sustentação do negócio. Refiro-me à prevenção de perdas. Estrategicamente, essa área atua em toda espinha dorsal de uma empresa de varejo. Por isso, cabe aqui dizer que o empreendedor, presidente e CEO de uma companhia que tenha o Departamento de Prevenção de Perdas reportando diretamente a sua gestão, ganha em competitividade mesmo em um ambiente recessivo.
Nos Estados Unidos e na Europa as redes de varejo possuem um Departamento de Prevenção de Perda com staff de diretoria, vice-presidência e com cadeira no board da empresa, devido a sua posição estratégica para organização. No Brasil, a cultura de prevenção de perdas é mais disseminada nas grandes redes e, mesmo assim, algumas delas, ao alcançar o nível de perdas mais baixo acabam por extinguir o departamento por entender que elas estão controladas. Isso é um tiro no pé! Pois, se você não mede, não controla, se não controla, não gerencia.
Já para os médios e pequenos varejista o cenário é mais tenebroso. Esses em sua maioria não possui um Departamento de Prevenção de Perda, consequentemente não mede as suas perdas, que impactam diretamente na rentabilidade do negócio.
Um ponto de venda pode parecer rentável, mas se não houver a medição correta das perdas, essa visão pode ser distorcida e ao invés de lucro a operação dá prejuízo.
O Departamento de Prevenção de Perdas, dentro da organização, atua na essência, mapeando as forças e fraquezas, oportunidades e ameaças. É o olho do dono ao planejar, colocar em prática, auditar e corrigir. Esse trabalho deve ser feito por meio de uma gestão à vista, com foco no tripé processos (políticas, normas, procedimentos e riscos), pessoas (treinamento, engajamento, cultura e ação) e tecnologia (equipamentos e soluções).
A visão da prevenção de perda deve ser holística e engajar todos os departamentos da empresa. Para dar suporte às ações , a tecnologia é um braço importante. Porém, antes de tudo isso, é preciso identificar e mapear a causa do problema, conhecer as principais vulnerabilidades, apresentar uma reposta de como combater as ameaças, aplicar a solução mais adequada com uma melhor estratégia e analisar o retorno do investimento (ROI).
O empreendedor que enxergar a prevenção de perdas como um departamento estratégico, com certeza terá maiores ganhos dentro da sua organização, sendo mais competitivo e com custos reduzidos. Fará mais com menos! E isso, em tempos de crise, é fundamental.
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